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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Até onde chega o Telemarketing

Quem já tentou deixar comentários no meu blog já se apercebeu que eu tenho algumas manias de controlo - ninguém pode deixar nada escrito sem passar primeiro pela minha "censura." Isto não é tanto para apagar comentários desagradáveis (acho que apenas recebi um, que me lembre, de um jovem claramente frustrado com o tamanho da sua masculinidade - opinião profissional!), mas mais para saber que os tenho, e onde se encontram, para poder responder caso seja pertinente.

Quem tem um blog já foi, decerto, presenteado com aqueles comentários aleatórios de telemarketing que os computadores geram automaticamente e atiram à nossa página, a ver se cola. Como não tenho aquela função de distinguir um computador de uma pessoa real, onde temos que escrever umas letras quaisquer antes de carregar no "Enter" (irrita-me!) lá levo, duas ou três vezes por semana, com a publicidade para aqueles produtos óptimos para aumentar o tamanho do meu pénis (podia enviar isto ao outro palerma, se me lembrasse quem ele era), os locais mais baratos para comprar as fabulosas malas Louis Vuitton, ou o raio que me parta.

A parte interessante é que isto vai sempre parar ao mesmo texto que escrevi, intitulado "Carta a Deus." Deve ser um artigo bestialmente espectacular, porque claramente impressionou os computadores do SPAM, que o revisitam como se não houvesse amanhã.
Por outro lado, se calhar não é a espectacularidade do texto que os comove. Se calhar é o título. Será? Talvez os spammers estejam, na verdade, a tentar vender Prozac a Deus, ou um par de cuecas térmicas azul-bebé. Será? E será que está a funcionar? Gosto de pensar em Deus, no meio das nuvens, sentado num sofá fofinho, cuecas novas na cabeça e uma embalagem de comprimidos geradores de alegria na mão, a ver um documentário sobre a Origem das Espécies...

E porque escolhi eu o Morgan Freeman como Deus? 
Porque o homem tem classe e acho que ele faria com que cuecas na cabeça
parecessem um acto perfeitamente normal e divino.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Degraus de separação

Conhecem aquela teoria que diz que não há mais do que seis degraus de separação entre toda e qualquer pessoa neste mundo? Ou seja, se me esforçar o suficiente a pensar numa relação qualquer entre mim e, sei lá, a Rainha de Inglaterra, vou descobrir que não mais do que seis pessoas nos separam e ligam.

Isto é giro, se estivermos a pensar em gente ilustre. Agora imaginem a minha alegria e êxtase quando, em conversa com um amigo, descobri que há apenas QUATRO degraus de separação entre mim e o Ted Bundy. A ver:

TED BUNDY --> AMIGO DO PAI DO MEU AMIGO (que trabalhou com o Ted Bundy) --> PAI DO MEU AMIGO (que costumava estacionar o carro em frente à casa dele) --> MEU AMIGO --> EU.

Me-do.


Agora claro que, se houver alguém a ler isto que se pergunte "mas quem raio é o Ted Bundy," todo este meu queixume foi em vão. Mas eduquem-se: http://en.wikipedia.org/wiki/Ted_Bundy)

Me-do.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Tinta

Tive o prazer de acolher uma excelente tatuadora cá em casa por uns dias. Obviamente que a sequestrei imediatamente para um projecto na minha pessoa.

Foram duas sessões, uma nada dolorosa (surpresa das surpresas) e a outra a massacrar-me como se a tinta entrasse no osso. No fim, era magia.

Está linda (ou "estão lindas," dependendo se vemos pelo número ou pela composição). Ainda está a cicatrizar, mas já parece que pertence ao meu corpo desde sempre.

Quando sarar completamente coloco fotos e é desta que sou deserdada. Mas o que é a vida sem um pouco de perigo?...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Uma bela ideia

E depois não me venham dizer que este blog não é cultura e design. Só para desacreditar os infiéis, aqui vai uma bela ideia para o Natal.

Antes que haja mentes mal intencionadas que digam que isto vai sair disparate, deixem-me já tirar-vos a maldade da cabeça! É uma simples cadeira.


Com espaço para a tomatada do macho.

O Zen da permanência da tinta

Não é segredo que gosto de tatuagens. O meu objectivo de vida, além de ficar rica e anónima, é ter um dia tatuagens pelo corpo todo. Para grande alegria dos membros da minha família (claro que sim), é precisamente isso que tenho andado a fazer.

Uma pergunta que passa sempre pela cabeça das pessoas razoáveis quando pretendem meter tinta na pele é "o que raio vou eu tatuar para sempre no meu corpo?"
(Atenção, eu disse pessoas razoáveis. Claro que há sempre aquele idiota que acha que qualquer coisa serve, desde que seja barato. A essa gente eu desejo bom dia e um certeiro par de estalos. Obrigada.)

Dizia eu, o tema da tatuagem: o que caraças quero eu ter desenhado? Um unicórnio? Uma posta de bacalhau? A Marge Simpson? Os mais determinados, porém indecisos, sabem que têm no caderno de ideias do tatuador sempre uma fonte de inspiração; é frequente um cliente acabar por escolher um desenho, de entre muito,s no caderno do artista em questão, mesmo que esse não tenha sido criado de propósito para ele.

Ora, foi neste espírito que um grupo do Facebook para tatuadores resolveu criar um desafio: cada um deles iria desenhar um colega do grupo qualquer, da forma que desejasse, e colocar isso nos desenhos disponíveis para clientes. O primeiro tatuador que conseguisse que um cliente tatuasse o seu desenho ganhava. Simples, não?

O vencedor foi um tatuador americano, cujo desenho segue abaixo. 


Giro, certo? Giro. Já agora, convém dizer que a caricatura em questão, aquela escolhida por um tipo para ter na pele para toda a vida, é a da cara do meu namorado.

Como boa gaja que sou, arranjei logo uma maneira de isto ser sobre mim. Pensem comigo: eu subi de categoria! Eu agora já posso ser conhecida como a namorada daquele gajo que, tal como o Lemmy dos Motorhead, está tatuado na pele de um perfeito desconhecido! Sinto-me importante. Ah pois.

Viajar é serenidade

Fui recentemente a Portugal refrescar as ideias. Estava um calor do catano, por isso acho que as ideias ficaram um bocado murchas, mas passemos à frente.

Apesar de demorar apenas duas horas e meia a chegar ao meu destino no que toca a voar, chegar ao aeroporto, aqui em Londres, consome mais ou menos o mesmo tempo. Em suma, para chegar a Gatwick às cinco da tarde, saí às duas e pouco da minha zona.


Apesar de um pequeno engano por parte do meu homem no tocante ao itinerário subterrâneo, chegámos com tempo de sobra ao aeroporto, algo que eu vi como um bom sinal. A viagem vai correr bem, vamos chegar a Faro sem incidentes.

É óbvio que eu andei a descurar a minha dose diária de Marretas recomendada, porque se andasse a ver mais bonecos de peluche no pequeno ecrã lembrar-me-ia da regra de ouro: quando dizes que vai tudo correr bem é quando te começam a cair bolas de bowling na cabeça (para melhor entendimento, é favor ver os primeiros 45 segundos disto). Olhei para cima. Nada me acertou na pinha, pelo que achei que estava tudo ok. E, obviamente, quebrei a regra número dois - nada de respirar fundo de alívio depois de olhar para cima!

Comecei a ver problemas em todo o lado. E se a mala de portão está demasiado pesada? E se me enganei e tenho alguma coisa proibida na mala de cabine, sei lá, tipo um pequeno lémur? E se não consigo lugar ao lado do meu homem (aquele ombro dá tanto jeito como almofada) e fico ao pé de um vendedor de bíblias? E se... gah, pára com isso! Daqui a nada achas que o avião vai-se desp... calei o pensamento mesmo a tempo, não fossem os deuses das moléculas mágicas que mantêm aquela besta de ferro com asas no ar brincar comigo.

Feito o check-in, comprado o iPod e comido o sushi em terra, foi altura de entrar no avião. Sentei-me num lugar perfeitamente aleatório (mais ou menos - eu tento sempre topar onde andam as criancinhas para fugir delas) e agora era só esperar duas horas e meia.

Estão a ver onde isto vai parar, certo? A Faro, dirão os mais atentos e ingénuos. À chatice, dirão os perspicazes. Estamos no ar há uma meia hora, quando o meu homem se vira para mim e pergunta: "olha lá, tu que és psicóloga e coiso, o que farias com um tipo que começasse a ter um ataque de pânico?" Eu levanto os olhos do livro que estava a ler e respondo, com o meu melhor ar profissional: "um par de estalos.""Então aquece a mão, que acho que vais precisar."

Fiquei a olhar para ele, sem perceber muito bem de onde raio vinha aquilo. Ele sugeriu que eu olhasse para o banco atrás do dele, para me esclarecer. E esclarecida fiquei - lá estava um fulano a hiperventilar e a bater no banco da minha cara-metade, enquanto coçava freneticamente o alto do escalpe e jurava que ia ter um ataque de coração ali mesmo.

Olhei para cima, esperando a bola de bowling na tola. Nada. Isto ia-se transformar numa loooonga viagem.

Volvidos quarenta e cinco minutos de vôo, o avião começa a virar. Oh alegria, íamos regressar a Londres! Havia um médico a bordo, que se limitou a passar os dedos à frente da cara do homem e perguntar-lhe quantos via (um diagnóstico super científico e digno de seis anos de faculdade). Os assistentes de bordo iam-se revezando e lá iam pedindo ao homem que não morresse a bordo, que senão começava a contaminar o ar enlatado do avião (podem ter dito outra coisa qualquer, já não me lembro bem).

Aterrados em Londres novamente, tivemos que esperar que os paramédicos tirassem o tipo do avião. Tivemos que esperar que tirassem a mala dele do porão. Tivemos que esperar para voltar a abastecer o tanque. Tivemos que esperar na fila para voltar a levantar vôo. Eu tive que esperar quarenta minutos para mijar.

Por fim, postos de novo a caminho, desta vez já sem mais incidentes, tivemos a segunda aterragem, desta vez em solo lusitano, duas horas e meia atrasados. Que bom.
O melhor de tudo, a minha cereja em cima do bolo, foi já estar em casa da minha mãe à conversa com o meu rapaz, quando ele olha para mim com um ar estranho e refere que tenho sangue na cara. Quase lhe respondo que todo o meu corpo tem sangue, que coisa estúpida, quando ele aponta o facto de este estar do lado de fora do invólucro habitual. Pela primeira vez na minha vida, sangrava do nariz. Obrigada, gajo histérico a bordo do meu avião.

Pensamento do Dia


Se eu detesto ver a velha à janela com a vizinha a discutir os pormenores da vida da D. Não-sei-quantas do terceiro esquerdo, porque raio adoro ler biografias? Sinto-me uma mini-voyeur.


(Tudo isto porque comecei a ler a auto-biografia do Stephen Fry e estou a gostar. Sinto-me suja outra vez.)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Pensamento do Dia

Acabo de aprender que as trompas de Falópio têm este nome porque foram "descobertas" por um tipo com esse nome.

Uma parte intrinsecamente feminina tem nome de gajo. Sinto-me suja...

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Era assim esta manhã


Pensamento do Dia

Se achares que és patético por estares às duas da manhã a clicar no refresh da página do Facebook desesperadamente à espera de novidades que te entretenham...

...vai à secção dos jogos e verifica quem, dos teus amigos, está acima do nível 80 de qualquer jogo. Quem tem tempo para perder em jogos a ponto de chegar a esses níveis de mestria é mais patético que tu, é uma lei universal.

Agora com licença, vou-me esconder de todos os meus amigos que estão nessa condição. E não são poucos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Vamos falar de política

E pronto, não pode uma pessoa começar a escrever no blog que tem logo gente contente e a comentar que quer mais e tal (sim, falo de ti, Diana). Está mal. Como raio querem que eu continue gótica se ao mínimo esforço me começam logo a tratar bem?

Feito o desabafo, deveria falar de coisas interessantes a seguir, para manter o leitor preso às palavras e ansiosamente aguardando mais verborreia bonita (sim, ainda falo de ti, Diana). O problema é que eu, ontem, quando disse "até amanhã" estava mais ou menos a gozar de uma liberdade artística que queria dizer que, se calhar, o meu "amanhã" era mais "até para a semana," pelo que não preparei nada de novo. O que me coloca agora naquela posição complicada de ter que inventar assunto, tipo o político depois de ser apanhado em flagrante com uma mão nos impostos dos contribuintes e a outra na mama da assistente.

Assim sendo, só para dizer que até discuti um assunto sério, vamos lá falar de política e do papel importantíssimo que ela tem na minha vida.

Como boa patriota que sou, preocupada com estado do meu país, fiz a coisa mais óbvia: emigrei. Saí de Lisboa. Afinal de contas, não queria embaraçar os "meus" governantes tendo que pagar as dívidas que eles próprios contraíram.
Mudei-me para a terra com mais sol e calor de que me lembrei naquela altura: Londres. Isto só demonstra que sou mesmo boa a geografia e meteorologia, para não falar cheia de olho vivo para políticos. Senão, vejamos: eu, em suma, troquei este gajo

António Costa
por este

O Elmo e o outro que estava por acaso na fotografia

Na verdade, emigrei porque vi esta foto e achei que Londres é que era: uma cidade que permite ao Elmo ser Presidente da Câmara só podia merecer o meu respeito incondicional. Confesso que foi uma desilusão quando me explicaram que o presidente era, afinal, o loiro, e que quando o chamavam Marreta não era literalmente. Estive quase para voltar para Portugal e dar todo o meu dinheiro ao Estado.

Mas vou dar ao Boris uma oportunidade. Para começar, tem nome de mafioso russo, o que por si já lhe dá prestígio. Depois, deve ser primo do Soares no que toca ao jeitinho que tem para seguir as regras diplomáticas e para fazer figuras tristes, e isso merece certamente o meu voto. Gosto de poder olhar para cima na hierarquia e pensar "porra, este gajo pode ser mais rico do que eu, mas por Deus, ao menos eu sou mais... mais... pobre."

Olhó penteado da moda!
Podia fazer piadinhas com pendurezas e tal, mas era demasiado fácil.

Agora vou jantar, que se faz tarde. Até amanhã.



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

"Querida, vou sair num instante para comprar tabaco e já volto."


Foi mais ou menos o que se passou comigo e com este blog. Saí para comprar os malfadados cigarros e, quando voltei, tinham-se passado dois anos. Olhei para o blog, ele olhou para mim. Acho que detectei alguma desaprovação no ar daquele gato da página principal, alguma desilusão. Abandonaste-me, diziam aqueles olhos amarelos. Como te atreves a julgar-me, disse-lhe eu, se não fosse por mim tu nem existias, seu ingrato! Depois apercebi-me que estava a gesticular e a vociferar para uma imagem de computador e calei-me. Quis sorrir-lhe, mas percebi que isso também podia ser visto como um sinal de que precisava de uma sala almofadada e um colete de forças com fitinhas. Fiz antes a minha cara mais neutra (aquela que os jogadores de poker sabem fazer, só que sem os óculos de sol, o chapéu ou a cara neutra) e meti mãos à obra. Vou escrever aqui a melhor obra literária que o mundo alguma vez viu! Assim de certeza que estas vozes desaprovadoras dentro da minha cabeça se calam e me deixam dormir em paz.

Uns segundos depois de estar a martelar as teclas do portátil, apercebi-me que, em vez do melhor romance do mundo, estava a escrever a melhor lista de compras do mundo. Respirei fundo. Apaguei tudo. Respirei fundo de novo algumas vezes mais, dei-me conta que exagerara e estava agora a hiperventilar e, como solução, parei de respirar. Fiquei tonta. Entrei em pânico, julguei que nunca mais iria conseguir respirar como gente normal, quando me dei conta que o ar já entrava e saía como Deus manda (ou aquela partezinha misteriosa do cérebro cujo nome me esqueci - é bom saber que os meus pais investiram num curso superior para isto). Teclado, aqui vou eu.

Depois decidi que escrever uma coisa com muito sentido e espectacularidade ia fazer parecer que tinha vendido o blog a terceiros. Afinal de contas, se nunca aqui se viu coisa que valha a pena ler duas vezes, era capaz de dar mau aspecto começar agora. Voltei a apagar tudo. E escrevi isto. Espero que seja do agrado de... das duas pessoas que juram que lêem o meu blog aos dias santos.

Por fim, para vos compensar o tempo perdido, tomem lá um gato com uma lima enfiada na cabeça. Pronto, dívida kharmica saldada. Até amanhã.