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domingo, 30 de julho de 2006

Calças, esse drama infinito

Aqui há uns dias decidi que precisava de roupa. Sabem, aqueles instintos primários que costumam dar de quando em vez às fêmeas, como se de uma questão de sobrevivência se tratasse. Enfim, sentindo o apelo à roupagem extra, lá parti em busca de um item que se me tinha aflorado à mente durante sonhos - umas calças abaixo do joelho.
(Aqui, quem me conhece, já deve estar a remexer as facas na cozinha à procura de um cutelo bem afiado, porque calças como as descritas foi coisa que eu sempre disse nunca, jamais em tempo algum, pensar sequer em usar. Pronto, olhem, mudei de ideias. Ao menos, regalem-se, tinham que ser pretas e não cor-de-rosa. Ainda não me rendi à dita cuja cor desmaiada e pateta.)
Lá parti, rumo ao meu destino óbvio, um centro comercial. Pus os olhos nas montras, qual predadora esfomeada, à procura do objecto dos meus desejos. E, pasmem-se, vi o que queria! As calças ornavam as pernas de um manequim de plástico, por baixo de uma saia de ganga com grandes parecenças com um cinto mais ou menos grande. Entrei na loja.
Escolhi o meu nº (34) e entrei nos provadores. De início pareceu-me que ia ter problemas, as calças pareciam não me servir, mas depois lá se vergaram à minha insistência e pof, vesti-as. Ficavam benzinho. Ficavam mais ou menos. Ficavam mal. Ficavam até aos tornozelos! Raios partam.
Saí da loja com um sentimento de missão não cumprida que ainda me aumentou mais as ganas de comprar o raio das calças. Estava em modo sanguinário e não ia deixar desaparecer a presa! Rumo à próxima montra.
O que vale é que a moda tem destas coisas interessantes, todas as lojas querem ser diferentes e tal umas das outras, mas têm sempre o mesmo tipo de porcarias. Que bom. Entrei na Zara e, supresa!, encontrei o que procurava! Ala para os provadores. Experimento as calças e... adivinhem: sim, ficava pelos tornozelos...
Decidida a não desanimar e, tendo em conta que os tornozelos já eram uma melhoria em relação à experiência anterior, arquitectei um plano, resultado de uma epifania. Ora acompanhem o meu raciocínio: quero calças; encontro-as; não me servem aqui, vou ali: não me servem, mas estão melhor; o defeito tem que ser das lojas e não meu; ok, admitamos, a secção de criança deve ter o que procuro. *suspiro*
Pedi a uma menina da secção de crianças umas calças como eu queria. Ela nem pestanejou com o meu pedido, o que me deu alento para continuar. Deu-me um par para jovens dos 11 aos 13 anos de idade. Perfeito, pensei, umas calças que combinam com a minha idade mental. Provadores comigo.
Não me serviam! Eram, pasmem-se, demasiado LARGAS. Há direito?! Fui buscar outras, para crianças dos 9 aos 11 anos, só para tirar as teimas. Desta vez quem se pasmou fui eu: serviam-me perfeitamente...
Engoli o orgulho e comprei o raio da peça de roupa, como quem não quer a coisa. Confesso que andei a ler o rosto da funcionária que recebeu o dinheiro, para ver se notava algum resquício de escárnio, mas nada. Acho que trepava o balcão e... e... fazia birra como uma menina de 9 ou 11 anos.
Mas pronto, moral da história? Sou uma alta e espadaúda mulher cujas enormes proporções físicas fazem invejar Giselles e Claudias e Naomis. Tenho dito. Ah, e reparem que fui esperta e não me referi à Kate, que essa deve-me fazer concorrência, não em altura, que a desgraçada é mais alta que eu, mas pelo menos em peso... Drama.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

"Como Perder Peso Num Abrir e Fechar de Pernas"

Título sugestivo, não é? Antes que chovam propostas menos puras ao meu e-mail, aviso já que o dito não é da minha autoria. Na verdade, trata-se de um livro recentemente editado, no qual sugere que a melhor forma de perder peso é, não num ginásio, mas a ter relações sexuais.
Sexo passou a ser uma actividade física com o objectivo de tonificar músculos, estirar abdominais, exercitar a função respiratória...? Mas caramba, então já não bastava que o cérebro complicado e multipistas das mulheres se ocupassem com a iminência da novela dali a meia hora, se as crianças vão entrar pelo quarto adentro de rompante, na roupa que ainda falta meter na máquina... ainda têm que pensar nas calorias que perdem com esta e aquela posição? Medo! E se isto pega também nos homens, porventura, também poderá ser giro:
-Estás a gostar, querida?
-Sim, pelas minhas contas, estou a perder 200 kcal a cada meia hora! Continua!
-Se te virares dois graus para oriente e puseres a perna para estibordo, poderás maximizar isso para 256 kcal...
-Ai é? Anda lá então, seu inútil, toca a mudar! Dá-lhe e nada de preguiças!
Ah, e convenhamos que, tendo em conta que isto foi escrito por um homem, aqui temos a bela da teoria da conspiração: "Já que a minha Maria está sempre com dores de cabeça e se recusa a ter relações, vou mas é apelar à sua mania das gorduras e ter todo o sexo que quero! Sou um génio." Ah pois.
Eu até vos mostrava a capa do raio do livro, mas o blogspot está, uma vez mais, a ser sacana comigo e nada de fazer o upload da imagem. Hmph. Mas, para os mais diligentes, é só fazer uma pesquisa Google com o título tal como está neste post e verão. Enjoy!
E, agora fora de brincadeiras e metendo a minha colherada de psicóloga: já pensaram na quantidade de anorécticas que vão ler avidamente este livro e começar a ter relações, só porque estas ajudam a perder peso?
Estou é a ficar velha para me deparar com estas publicações... é o que é.

terça-feira, 11 de julho de 2006

Zidane

Bem, não sou grande fã de futebol, começo logo por dizer isto. Mas gosto de apreciar os jogos da nossa Selecção, porque tenho este orgulho nacional tão tipicamente lusitano - já que somos uma merda a tudo o resto, ao menos que sejamos bons de bola.
Assisti ao jogo de Portugal contra a França de nervos em franja. A minha mãezinha conheceu uma nova faceta da filha, uma herdeira que manda vir com a t.v., amaldiçoa o árbitro e deseja um ataque de tripas aos adversários. Ah, e bebe cerveja (ESTA parte é que lhe fez esbugalhar os olhos, haha!)
Quando Portugal perdeu, comecei a achar que o desarranjo intestinal deveria ter sido dirigido aos tugas, mas depois meti a mão na consciência e decidi que até nos tínhamos debatido bem e, pronto, o árbitro é que devia arder nos infernos pelo maldito livre. Ah, e que o Zidane era um sacana de um belo jogador e ainda bem que ia terminar a carreira em breve, xungoso de um raio.
Gostei da atitude do argelino quando o jogo acabou. Nada de inglesisses*, apenas um abraço ao Figo e uma troca de camisolas bonita e decente. Também tiveram a decência de ficar felizes pela vitória sem nos gozar pela perda, algo que eu suspeito que também não será uma inglesisse (mas nunca saberemos, haha!)
Enfim, o homem teve uma atitude digna de capitão de equipa, veterano. Foi bonito.
Depois lá vem o jogo contra a Itália e vemos um Zidane novamente catita e bom jogador, que faz as suas caretas quando falha o golo, mas (aparentemente) mais nada. Até que... Bem, todos teremos visto a cabeçada que ele deu ao italiano, qual touro enraivecido. Lá caiu tudo em cima do homem, como se toda a sua carreira se resumisse àquele momento e ele fosse o Demo encarnado. Gente, vamos lá a pensar duas vezes...
  • Todas as histórias têm duas versões. Não sabemos o que a vítima lhe disse momentos antes de levar com aquela cabeçorra careca em cheio no peito, portanto tenhamos a decência de pensar que aquilo tudo também pode ter tido alguma provocação. O que não desculpa o acto, mas atenua-o um nadinha de nada.
  • O jogador levou a justa punição pelo seu acto. Levou o vermelho e saiu do relvado, uma forma pouco digna de acabar uma vida de futebol. Caso encerrado, afinal de contas, não vai poder ser castigado com ausência de participação em futuros jogos... Se a FIFA o quiser multar, nada tenho contra!
  • A carreira do Zidane teve momentos bonitos, vamos a admitir. Até ganhou o título de melhor jogador mais que uma vez... O homem não andou pelos campos a dar marradas em tudo o que tivesse calções, chuteiras e uma cor diferente da sua, vamos lá a ver...

Enfim, só quero dizer que sim, foi um acto infeliz, mas não lhe crucifiquemos a carreira toda por uma história que tem mais que se lhe diga, decerto... Eu também não desejei a morte ao Rooney por ser um paspalho de um hooligan.

E pronto, tenho dito. Ena, o meu primeiro post sobre futebol! Até parece que percebo alguma coisa do assunto...


*- vocês sabem do que eu estou a falar... também as podemos chamar de Rooneyzices e tal...

E... maldito blogspot, que não me deixa colocar aqui uma foto!

sábado, 8 de julho de 2006

Uma casa, uma torradeira, um chuveiro em ouro

Hoje cometi o erro de ter o televisor ligado enquanto estava a ler. Não ficou ligado por razão nenhuma em especial, apenas estava ali, esquecido, a fazer um barulho de fundo que não me aquecia nem arrefecia.
Pois bem, eu aqueci (ou arrefeci, o que quer que seja pior) quando, a meio da narrativa empolgante de coisas obscuras e medonhas oiço uma musiquinha daquelas que insultam a inteligência ao mais básico dos seres humanos, aquelas melodias que se entranham nos neurónios e não se vão embora nem que cantemos o Zé Cabra aos berros...
Não sei o nome da tipa que canta (mas confesso que o meu demónio pessoal da maledicência sussurrou que tinha todo o ar de mulher que sobe na vida na horizontal), nem o nome da música, mas suspeito que tenha um nome tão inspirado quanto a letra que a compõe. Falemos da letra, que se equipara a um Toy ou Barry Manillow nos seus piores dias.
As palavras proferidas pela jovem resumiam-se em exclamar que queria uma casa, electrodomésticos, cortinas e tudo o mais que adornam uma habitação, bem como um gajo para acompanhar a parafernália toda. Sim, porque a menina não quer ficar sozinha na sua casinha, a pobre.
Sinceramente, o que faz uma mulher criar uma música destas, e porque raio toca ela na televisão?! Há realmente quem se sinta solidário com o drama da cantora? Há quem vá às lágrimas com o facto de a menina não ter moradia própria e aspirar rechear a mesma? Sobretudo, quem raio é que achou que escrever sobre isso era vendável, e PORQUE RAIO O É?!
Acho que me vou pôr a escrever sobre os meus dramas pessoais, arranjar uma menina de ar subnutrido e desamparado, loira q.b. e que até saiba trautear umas coisinhas e vender o pacote todo. Vou escrever sobre o pó que se acumula e não me apetece limpar, o horror de ter de mudar os lençóis à cama, o drama das panelas que não se lavam sozinhas...
Olhem, acabo de me dar conta que é o advento de um novo tipo de pop: a pop doméstica!
Vou já dedicar-me a esta mina de ouro...

terça-feira, 4 de julho de 2006

Pensamento do dia

Se uma mulher residente na Coina conhecer um homem residente na Picha...
...será amor à primeira vista?