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sábado, 17 de fevereiro de 2007

Cor mariquinhas

Vou directa ao assunto: se há cor que me irrite, essa cor é o rosa. E, já que o blog é meu e eu sou má, apetece-me discorrer acerca das razões todas que me fazem detestar essa cor. Por isso, ponham os cintos e acompanhem-me nesta fascinante (ou não) viagem pela cor mais entediante da História das ditas.




  1. "Cor-de-rosa" - começamos logo com este nome altamente falacioso. Já repararam que, quando se fala em rosas (a flor), pensamos imediatamente nas rosas vermelhas? Isto se formos pessoas normais e saudáveis e nada patetas, claro. Vermelho, essa cor fabulosa que desperta paixões e já fez cair Impérios (antes que um historiador qualquer me queira corrigir, aviso que estou a dar uma de José Hermano Saraiva e inventar os factos à medida da minha imaginação). Isso sim, é uma cor de gente crescida.

  2. Cor de menina - falando em gente crescida, já repararam que todas as mães adoram vestir as suas criancinhas do sexo feminino de rosa? Será uma forma de assegurar que elas nunca brinquem com tractores e Action Men? Obrigada mãe, por nunca me teres vestido de rosa e por me teres deixado brincar com G.I. Joes. Isso explica tanto acerca da minha pessoa.

  3. Rosa é um vermelho mal sucedido - para mim, o cor-de-rosa foi, em tempos idos, quando os deuses ainda povoavam a Terra, uma cor deslavada (tipo bege) que quis ir mais longe. Era uma cor com ambições, com pretenções a chegar a algum lado e ser alguém. Tanto se esforçou que começou a mudar, a mudar mesmo para melhor, quando sofreu um desgosto qualquer e se ficou pelo meio termo. O seu objectivo era o vermelho e ficou-se pelo primo afastado, rosa. Pensando bem, isto podia ser uma alegoria acerca de tanta coisa na vida de tanta gente...

  4. Rosa tornou-se popular através da malícia - "já que não posso ser uma cor famosa e deslumbrante, vou conquistá-los por outros meios! Vou fazê-los pensar que rosa é fixe e fazer disto moda! Muahahah!" E assim começaram as modas patetas de meter cor-de-rosa em tudo o que é coisa. Ah, e também foi assim que o Bush, Jr. fez campanha para a presidência dos EUA e ganhou...

  5. Rosa já é cor de gajo - depois de ter visto um bom amigo meu (que conheci na sua fase metaleira) com uma camisa rosa, tive que me render e perceber que esta maldita e venenosa cor já se inflitrou também nas hordes masculinas. E, convenhamos, um homem tem de estar mesmo seguro da sua masculinidade para vestir cor-de-rosa com descontracção (ou isso ou mostrar à namorada que a ama, se a camisa for ofertada por ela). Falando em camisas e abrindo um parêntesis, gostava que algum elemento do sexo masculino me dissesse se seria capaz de usar uma camisa de padrão de pele de cobra em qualquer cor, e que cor seria ela. Estou a fazer uma sondagem. Obrigada.


  6. Já não sei o que mais dizer desta cor feiosa.

Posto isto, eu gostava de dizer que lamento que o rosa não tenha chegado a vermelho, que lamento que a moda goste tanto dela (cor de vómito de camelo também me parece ter potencialidades e não vemos o Gaultier todo excitado com ela, não percebo) e que não haja um fenómeno cataclísmico qualquer que faça com que o raio da cor caia em desgraça.


(imagem: http://www.gaffer.org.uk/images/pink_bike_ride/PINK%20BMX.jpg)

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Telefonema

Tinha-me esquecido de partilhar convosco este lindo telefonema, o que foi uma grave falha, dado que contribui sempre para a educação de todo o menino e menina lusitano. O tema será "a entrevista de emprego", só para vos localizar no tempo e no espaço.

ENTREVISTADORA: Boa tarde, estou a falar com a D. Maria Chalaça?
EU: Calaça.
ENTREVISTADORA: Como?
EU: C-a-l-a-ç-a.
ENTREVISTADORA: (resolvendo passar a ignorar o apelido, porque devia ser demasiado complicado) A Maria tem disponibilidade para vir a uma entrevista de emprego amanhã?
EU: Sim, tenho, desde que seja de manhã. E, já agora, se não se importa... é Leonor.
ENTREVISTADORA: (se calhar a dar o tilt) Como?...
EU: Prefiro que me chamem Leonor, se não se importa.
ENTREVISTADORA: (tom de voz espantado) Quer que a trate por Leonardo?!
EU: (estarei na Twilight Zone sem saber?) L-e-o-n-o-r. Leonardo é só depois da operação.
ENTREVISTADORA: ?
EU: Deixe lá. (Sou uma incompreendida, penso, dramaticamente) Sim, posso ir. A que horas?

Agora deixo para a vossa imaginação se fiquei com o dito cujo emprego...

Mais uma para vos alegrar do Dia dos Namorados

Sim, eu sou insistente e quero voltar a bater na mesma tecla. Só porque posso!

Aprendi mais um trivia de S. Valentim, para alegrar todos os gatos metaleiros deste universo. Aqui vai:

- Sabiam que o São Valentim, padroeiro dos namorados, também é o padroeiro dos epiléticos e da peste negra? Ah pois é!

Da próxima vez, se eu vos desejar um bom dia de peste, já sabem que é do fundo do coração e cheio de carinho...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Bzzz

Quem é que consegue ter mosquitos no seu quarto em pleno Inverno, no Algarve, quem é?
Quem é que consegue fazer uma mísera sesta de meia hora e ser castigada pelos deuses com uma mordidela mesmo a meio da testa, quem é?

Eu não, claro que não.

Romance a granel


O dia de S. Valentim é amanhã, e é amanhã que inúmeras fêmeas e alguns machos se regozijarão com as oferendas dolorosamente oferecidas pelos seus respectivos companheiros. Naturalmente, no desinteressado interesse de facilitar a vida aos pobres pombinhos, a indústria do comércio contribui com umas sugestões humildes. Tudo isto, evidentemente, a pensar no romance. Nada mais que o romance. Pois.


Pessoalmente, fico com urticária perante o respectivo dia. Dizerem-me que tenho o dever e a obrigação de provar o meu afecto com um objecto qualquer neste dia específico é como obrigarem-me a ler Os Lusíadas do 7º ao 9º anos, e sempre os mesmos cantos e com as mesmas explicações. Ou isso, ou cólicas.


Quem quiser entrar no espírito da coisa de forma singela - ofertando uma única flor, uma estrela ou outra coisa qualquer embevecida - é, prontamente, apelidado de forreta. Se amas a desgraçada da moça, pah, tens que lhe oferecer um Lamborguini. E tu, gaja, se não lhe ofereceres uma boneca insuflável ou uma noite de sexo tórrido, és frígida, desgraçada e nunca mais o São Valentim te dará prendas ou namorados ou maridos de jeito (à semelhança de um Pai Natal irritado, estão a ver).


Sugiro que, a fim de se dar maior colorido a este tão especial e fabuloso dia, Portugal adopte uma mascote para representar todo o simbolismo do romance. Em vez do idiota do urso vestido de Cupido, ou do próprio Cupido, quem nem sequer era português, o parvo, embora contratar o Major Valentim Loureiro, vesti-lo com uns lençóis à cintura, armá-lo de aro e flecha, e largá-lo na Praça do Comércio para recitar uns inspirados poemas?

Contudo, apesar de eu ter noção que esta ideia é a mais genial de todos os tempos para o dia em questão, por favor lembrem-se que o arco e a flecha devem ser de brincar, não vá o Major ter alguma ideia nefasta... Ah, e outra advertência: uma besta (instrumento de caça medieval) não é uma alternativa saudável.


Por favor tenham esta imagem linda sempre em mente amanhã quando estiverem com os vossos respectivos. Grata.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Sim... e agora?

Ontem, com a mania que sou uma cidadã consciente e tal, meti-me no autocarro em direcção ao Algarve e fui votar. O autocarro ia cheio, e gostava de pensar que era também com coleguinhas de voto, mas duvido, avaliando pela percentagem de abstinência que se verificou, bem à portuguesa.
Desta vez, o portuga não teve a "desculpa" de que estava um lindo dia para ir à praia, ou que estava um nevão tal que impossibilitava a sua saída de casa. Muito honestamente, desilude-me ver que as pessoas se desinteressam pelo processo democrático de voto, que é aquilo que define a nossa liberdade de escolha. Num tema tão polémico como o aborto, não deveria haver questões de evitamento ou de preguiça, devia haver, sim, uma mobilização para cada um dizer de sua justiça o que quer para o país.
Enfim, todas as coisas consideradas, quer concordemos ou não com o resultado do referendo, ganhou o "Sim." Quem não votou porque não quis, não tem o direito de discordar ou se felicitar demasiado com o sucedido, dado não ter tido uma participação activa neste processo. Contudo, temos agora um novo passo, que nos coloca algumas questões para o futuro:
  1. Agora que ganhou o SIM, isto quer dizer que acabaram os referendos a este tópico, ou que, à semelhança do anterior, daqui a uma década temos outro a perguntar aos portugueses se mantêm a sua convicção?
  2. Há propostas concretas e exequíveis para avançar com a IVG em estabelecimentos de Saúde autorizados, a lançar em tempo oportuno, ou também temos que esperar uma década para serem implementadas?
  3. Como vão fazer com os hospitais que, em massa, se declaram, antes do referendo, objectores de consciência? Obrigar os médicos a deixarem de o ser (algo que considero difícil e imoral, afinal de contas, todos temos direito à nossa opinião, seja ela qual for)? Contratar médicos que não o sejam para esses locais, transferir alguns que o são para outros locais?
  4. Como se processa isso com o pessoal de Enfermagem? Têm direito de se afirmarem objectores de consciência também?
  5. Os processos médicos vão ser confidenciais?
  6. Quanto vai custar uma IVG numa clínica privada?
  7. Agora que referendámos o "botão", podemos passar a falar do "fato", isto é, é desta que o Governo resolve apostar na educação sexual, para tornar quem tem ou deseja ter relações sexuais, pessoas responsáveis e conscientes?
  8. Como consegui eu escrever este post de forma tão adulta? (desculpem, mas não resisti...)

Posto isto, resta-me dizer que fiquei satisfeita com os resultados, apesar de ter achado que os argumentos, aquando das campanhas para ambos os lados, terem sido perfeitamente disparatados (salve-se a participação do Prof. Doutor Pinto da Costa - não, não é o Jorge Nuno! -, que foi a única lúcida e informada, na minha humilde opinião).

Agora, resta-nos esperar para ver. Espero que todo este processo seja tomado de forma adulta e que não haja as habituais trocas de galhardetes entre o "sim" e o "não", nem que se transforme esta questão de saúde uma cruzada religiosa, espiritual ou política. Sim, porque isto apenas começou... Juntemo-nos para evitar que sejam necessários fazer abortos - apostemos na informação da populaça!

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Etiqueta?...


Como nem só de disparates vive o homem (vive também de gatos e, ocasionalmente, de piolhos), por isso resolvi colocar aqui um factor de irritação profunda com que me deparei há dois dias.
Recebi um mail dos Bichanos do Porto com um artigo de uma senhora que escreve para a revista do jornal Sol. Esta senhora, aparentemente, tem o propósito de dar noções de etiqueta aos seus leitores; desconheço se das outras vezes o seu papel foi bem sucedido, mas posso mostrar como NÃO o foi desta vez.


Como não pude deixar de passar isto em branco, resolvi escrever à autora em questão e dizer-lhe umas coisinhas. Vou viver perigosamente e colocar aqui o dito e-mail:


"Cara Sra,

Tive o desprazer de ler a sua rubrica "Consultório de Etiqueta" intitulada "O Insuportável Gato". Sinceramente, gostava de saber onde adquiriu a sua fabulosa qualidade de enxovalhar os ditos animais (e, por arrasto e sem pudor, todas as pessoas que gostam dos mesmos), dado que a sua "escola de etiqueta" ficaria, decerto, encantada com a sua aluna pródiga. Ser capaz de, em breves linhas, ser pretensiosa, mal-educada, ignorante e incómoda é um patamar a que poucos se podem orgulhar de atingir.

Dado ser psicóloga de profissão (e sim, como deve calcular, amiga dos animais todos em geral), sugiro-lhe que adquira algumas publicações referentes a distúrbios fóbicos, para melhor poder aconselhar, da próxima vez, as pobres leitoras que tenham medos. Qualquer profissional da minha área lhe dirá que não é a fugir do objecto fóbico que se cura a fobia, muito menos quando este é inócuo. A senhora, na sua tentativa de ser empática (e, desculpe, antipática), não fez mais do que reforçar a noção que a D. Ana Isabel Lima tem dos felídeos, ou seja, piorou a vida à sua leitora.

Falando como amiga dos animais, sugiro-lhe também que pondere a sua vida caso tivesse que abdicar dos seus confortáveis desodorizantes, caso fosse pontapeteada com violência sempre que desagradasse ao próximo. Já agora, desejo, de todo o coração, que a sua esteticista nunca entre de férias, dado que poderá ser acometida de um imenso "calor peludo, imensamente repelente," coisa aborrecida para uma senhora da sua fina estirpe e belo trato social.

Por fim, e reforçando o facto de ser psicóloga, ofereço-lhe uma consulta grátis, para a ajudar a ultrapassar esse medo irracional que tem de tudo o que tem mais que duas patas. Também lhe emprestava os meus gatos, mas eles são animais sensíveis e educados, estou certa que se sentiriam melindrados com a sua presença menos peluda, mas igualmente repugnante.

Posto isto, despeço-me, desejando que a sua estadia na revista da "Sol," de futuro, seja mais produtiva e culta. Os momentos infelizes que temos na vida, quando propositadamente criados são, esses sim, uma "ordinarice indesculpável."


Leonor Calaça"



Charã! Agora vou aguardar pacientemente por todos os pedidos de desculpa dela. Ah, e claro que me vão chover propostas de escrita jornalística em imensas revistas de prestígio...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Ups...

Hoje tive uma shopping spree. Como boa mulher que sou, experimentei tudo e mais alguma coisa (mas com o meu lado masculino sempre a resmungar - é giro esta coisa de termos um lado feminino e outro masculino, sempre dá um certo colorido esquizofrénico à vida), e comprei alguns trapinhos que me fazem imeeeeensa falta. Aliás, a minha vida dependia mesmo daquelas calças recém-adquiridas...

Já que estava numa de ver coisas, resolvi também ir à caça de cortinados. Entrei n' A Loja do Gato Preto mais próxima e pus-me a mirar os ditos como se não houvesse amanhã (confesso que não sei o que é que isso quer dizer, mas achei que ficava giro dizê-lo). Uma menina aproximou-se de mim, solícita, e perguntou-me se necessitava de ajuda. "Sim," respondi-lhe eu, "gostava de saber se, porventura, irão receber mais mercadoria desta em breve." A funcionária pergunta-me qual a côr que desejo ao certo, pelo que aqui a inteligente (sim, eu!) lhe responde, sem pestanejar: "preto, e grosso!"

...

Obviamente que não me descosi depois do faux pas, limitei-me a aproveitar o ar doutoral que a roupa me conferia e referir que tinham que ser bem opacos, porque a ideia era obliterarem completamente a luz do dia, e tal... e tal, e... lá está, porque... isso.

Lição de vida: sempre que tiveres uma shopping spree, por favor vai para casa antes que ela te estupidifique por completo e te faça derreter os poucos neurónios que te tenham sobrado da adolescência...